segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Tenho palavra, só falta memória.


Claro que sou uma mulher de palavra!
Já emagreci 150 gramas...
Agora, só o que me falta é a memória.

Cheios de “çabedoria”.



Quando nascemos, somos o “produto humano” completo? Acabado ou nem tanto?
As características de define uma caneta, por exemplo, são sempre as mesmas, pode ser Mont Blanck, uma bic, uma de brinde, uma de colecionador, não importa qual seja a caneta, terá uma ponta onde sai a tinta, um deposito para a tinta e uma embalagem exterior que dá uma seqüência lógica para que ela seja uma caneta. O mesmo acontece com objetos, plantas, animais e humanos... Cada coisa, tem suas características próprias que a define como tal. Um carro, quando sai da montadora, sai pronto, com todas as peças na seqüência, para correr na cidade, nas pistas, parar, virar etc. Ele pode ter acessórios como ar condicionado, toca cd, dvd, banco de couro, ou, pode não ter nada disso, nem mesmo uma pintura, mesmo assim continua sendo um carro. As características humanas, também seguem uma seqüência, lá na fabrica. Digamos que saímos da montadora “cósmica evolutiva” ou “celeste divina” como um produto completo, iguais na hora da montagem... O que difere uma pessoa da outra? Vamos chamar que acessórios, as habilidades e virtudes adquiridas depois de nascer. Alguns nascem e morrem básicos , sem nada de menos ou de mais. Poucos são os que conseguem todos os acessórios necessários, de boa qualidade. Mas a grande maioria dos produtos humanos, adquire suas habilidade, caráter, ética e sabedoria, importada do Paraguai... “Çabedorias”, de procedência suspeita, cheios de vírus e distorções que prejudicam o bom funcionamento na sua utilidade. Um passo pra frente e dois pra trás. Quando se diz, se pensa ou se faz algo inteligente o suficiente para fazer a diferença, já é tarde demais! Essa noção de “senso critico” é uma virtude tão importante para o homem, que não deveria ser um acessório, e sim uma peça colocada na hora da montagem. Enquanto for considerado apenas um acessório, muitas amebas vão continuar pensando melhor que a maioria de nós... Senso critico é a “noção de importância” em avaliar, examinar, criticar e julgar e concluir o mundo ao nosso redor. Sem ele somos a massa, “gado marcado”, fingindo ser um povo feliz. Sem noção de “critica”, o homem básico, fica totalmente a mercê de qualquer discurso de convencimento. Tomam como verdade incontestável, que “cogumelos azuis iluminam as fadas do sétimo dia” e passam suas vidas buscando a luz dos cogumelos... Dançam, cantam e principalmente choram sob o efeito dos cogumelos. Aristófanes, filosofo da “Grécia antiga”, já escrevia comédias com personagens sem noção de critica, que na tentativa de “se dar bem”, acabam se dando mal. Estrepsíades, um dos personagens, um homem rico, porém endividado, por causa do filho, Fedepê, envolvido com cavalos, procura Sócrates para aprender a arte do “pensamento” e assim ´enganar´ seus credores, é enganado pelo próprio Fedepê. Crédulo, é um outro personagem que, assim como o homem atual, nasceu básico, sem acessório crítico, é um cara que está inconformado por ser honesto e não conseguir ganhar nada na vida, apela para os “poderes das fadas do terceiro dia” e acaba na mesma lamentação. Homens confusos, mas, ao mesmo tempo, totalmente “zen”... Zen raciocínio, zen pensamentos, zen questionamentos, zen confusão, zen problemas. Assim como eu, que já perdi a conta de quantas vezes, já usei essa frase nos meus textos... Talvez se rezássemos a Deus, um pouco mais, com mais “ardor” na alma, pedindo que a “noção da critica”, essa peça que falta, fosse acrescentada, lá na fabrica celeste.... Mas, não sei se essa é uma boa idéia, porque, Deus, já tem a marca “humana” registrada em cartório... e o cartório também é dele... Já estou sentindo o “ardor” do tapa divino na minha orelha esquerda... É melhor ninguém tocar nesse assunto com Ele... Perdão Senhor, pela falta de “çabedoria” da minha parte, mas, se eu fosse “a criadora” das criaturas humanas, eu tentaria colocar mais essa peça! Só mais essa... Daí ninguém fala na nisso e ponto final!

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

Novos orgasmos auditivos!

As vezes a gente fica assim, feliz de bobeira!
Então dá uma baita vontade de comemorar com texturas macias, como chocolate ao leite, cheiros de vinho antigo, iluminado por fogos de artifícios... Com transparências clássicas. Comemorar com todos os sentidos, um trecho de ópera que causa arrepios... Óperas são ótimas causadoras de arrepios e coração saltitante... Verdi -Traviata - Choeur des Bohémiens.

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Os filhos que morrem... Os filhos que nascem.


Não pisque o olho “Mermão”, meu irmão, porque os filhos crescem, e crescem tão rápido que é difícil de aceitar. Crescem em um piscar dos olhos.
Logo logo, esse seu pacotinho sagrado chamado Clarinha, estará contando seus passos... contando suas palavras... contando seus brinquedos... contando seus amigos... contando suas escolas... então contará seus amores... seus temores... Então já estará adulta. Pronta pra vida! E você, não estará pronto pra vê-la pronta. Mesmo assim não existirá felicidade maior.
Minha experiência mostrou que os filhos morrem muitas vezes, e, cada vez que eles morrem, deixam outros em seus lugares.
Quando morreram meus bebês, nasceram as crianças mais lindas fofinhas e gostosinhas do mundo.Que não mais precisavam do peito ou mamadeiras, ensinei-lhes então, a sentar,a falar a andar... Tomavam todo o meu tempo, mas, me fizeram esquecer rapidinho, os bebês que já não existiam mais.
O mesmo aconteceu quando a crianças se foram e, me deixaram, moleques, arteiros, banguelas, encardidos, com joelhos e cotovelos feridos, com perguntas difíceis de responder, e com enorme habilidade em desaparecer dos meus olhos... Alguém escreveu certa vez, que nessa idade, somente os pais podem amar seres tão esquisitos...
Nessa fase são aprendizes de capetas durante o dia, mas, anjos dos mais graduados a noite, enquanto dormem. São os que mais deixam saudades quando partem. Pré-adolescentes, tão rápidos quanto desajeitados, são os que vivem menos. Indefinidos e disformes, não só em relação ao físico, também no emocional, comparados aos outros. Já os adolescentes, ganham formas novas, contornos inexistentes, humores oscilantes e barulhentos, as vezes ultrapassando os decibéis tolerados aos ouvidos humanos. Com hormônios, feito tsunamis, jorrando em seus corpos e tudo fica difícil pra eles. Pra gente também! Pensam que sabem tudo, porque se aproximam com os adultos. Entretanto, enquanto descordam de tudo, torcem o nariz pra todos... nas entrelinhas dos “não me toques”, seus olhos pedem socorro, mostram carências e clamam por paciência!
Mermão, é nessa hora, que morre o pai que existia até então, e nasce o grande e eterno amigo, porque é nesta ocasião que você começa a vislumbrar a “tendência do adulto” que há dentro deles... E então, um belo dia você acorda, olha pra cima (já são grandes), e vê uma pessoa pronta, um adulto completo, com idéias próprias, projetos de vida, de carreira e uma rota de vôo livre. De repente, não há mais dúvidas, essa criatura, seu bebê, é um cidadão, um individuo e será sempre o mesmo, não morrerá mais... Será o mesmo, até o final da sua vida, (a vida do pai, obviamente).
As vezes, mermão, a saudade dos bebês, das crianças, dos moleques e adolescentes são tão fortes, que não dá pra segurar as lágrimas. Esse é o grande paradoxo da vida! Queremos tanto que cresçam que esquecemos que pra isso temos que abrir mão de nossas, pequenas criaturinhas transbordantes da mais pura felicidade. São mutantes os filhos, Mermão, se transformam, transmutam, nascem e renascem com uma competência imutável.
Aos poucos mermão, você vai aprender , que um filho morre muitas vezes diante de seu pai, um filho nasce muitas vezes diante de seu pai. Mas que o pai nunca, nunca morre para seu filho... Nem mesmo depois de enterrado...