quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Pensar, eis um verbo reflexivo!


Pense bem no primeiro fato: Todo mundo sabe que os gatos sempre caem em pé, com as Pense muito bem no segundo fato: Murphy e os pobres famintos da vida dizem que o pão cai sempre com o lado da manteiga para baixo.
Pensou nos dois fatos? Então responda: E se, de alguma forma, um pedaço de pão, fosse amarrado nas costas de um gato, com a manteiga voltada para cima e o infeliz felino, fosse jogado de um telhado?
Será que alguém já tentou isso?

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

O assassinato do primeiro pardal, a gente nunca esquece.



"Tem alvorada, tem passarada alvorecer, sinfonia de pardais anunciando o anoitecer". Salve Herivelto Martins. Tão poético isso! Todos os dias eu tenho o privilégio, a regalia de alvorecer e anoitecer rodeada de pardais... Pardal é uma ave que não tem jeito, uma peste, tem em todos os cantos da cidade. É pássaro urbano, gosta mesmo é de perturbar os desavisados habitantes da cidade. Completamente inúteis, parasitas nãoconstroem seus próprios ninhos, roubam os das outras aves. Simplesmente, quando o ninho já estava pronto arrancam tudo e levam embora. Morrem se ficarem na gaiola, por isso nunca ninguém

viu um pardal preso. Ainda por cima faz cocô na cabeça dos outros! Safados e vigaristas. Esta história lhe parece familiar? Os políticos e os pombos do amor igualmente me inspiram. Meu café da manhã é sublime, parece que estou em uma fazenda... No galinheiro da fazenda! Penas, penugens, galhinhos secos, provenientes de ninhos... Os cocôs dos pardais são tão grandes que parecem de pombos, e os dos pombos, tão
grandes que parecem de patos – nem quero imaginar se houvesse patos na região. Das duas merdas juntas, o cheiro que se sente, só o do inferno é equivalente. Rimei... Tudo isso graças à hospedagem 5 estrelas, com gastronomia requintada, que, mesmo sem querer, ofereço para os pombinhos apaixonados e para o descanso das sinfônicas aves.Porque a passarada descarada que gorjeia aqui, não gorjeia como na floresta, onde raramente é vista, mas, sim, na parte mais alta das casas e dos prédios – espécie de Brasília para eles - como que para dominar, controlar tudo. Fonte de piolhos, pulgões e parasitas que acabam com as plantas. Como os políticos, não existe exterminador de pardais ou de pombos. Eles, como sabem disso, fazem a terapia do riso através dos grandes estimuladores de gargalhadas, que somos nós. No caso eu, a esperta criatura que já tentou quase tudo... Na vã tentativa de me ver livre dos malditos, acabei descobrindo informações interessantes sobre esses seres: repelentes daqueles viscosos causam-lhes estado emocional de excitação plena, deixando-os eufóricos. Alpistes misturados com um fertilizante, que, no rótulo, dizia fazer mal às aves, são verdadeiros anabolizantes, os deixam, bombados, esculpidos, tipo "bad boys". Veneno de baratas com ração para aves provoca paralisia facial e calos nas suas gargantas... De tanto rir. Virei motivo de chacota deles quando comprei um estilingue e o maldito quebrou na primeira tacada, deixando meus dedos roxos por semanas. Tipo comédia pastelão... Doeu mais que depilar a virilha! Mas não desisti! Fiz minha própria arma atiradeira. Então detonei meu telhado com naftalina. Foi aí que descobri que naftalina os deixa possuídos pelo furor sagrado de Baco. Os machos possuídos de delírio profetizam fanaticamente. As fêmeas bacantes, com suas penas alvoroçadas, cometem toda sorte de luxúrias selvagens. E foi nesse clima de dança com as bolinhas de Baco, nessa briga do
bodoque, telhado e ave do mal, que tudo aconteceu... De repente, para meu espanto e bem diante da minha presença homicida, um indefeso pardalzinho caiu... O bichinho ainda teve tempo de olhar em meus olhos desalmados, antes de um último suspiro e faleceu. Como um
passarinho! Por pouco ele não me leva junto! Entrei numa espécie de transe pós-assassinato e, quando olhei em volta, tive a impressão de ver milhares de pássaros olhando para mim, acusando-me e lamentando a perda do amigo querido. Tinha um que parecia uma viúva desesperada! Ninguém nunca deveria passar por isto: é uma experiência horrorosa, ver sua
própria vitima morrendo em suas mãos. Voltei ao ponto zero, continuo descontente com os fazedores de titicas, só que agora com a consciência assassina. Se alguém puder me aconcelhar...Aceito sugestão.
Fátima Benelli.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Fé demais não cheira bem!


"O único jeito de ver pela fé é fechar os olhos da razão."
Benjamin Franklin, Pai Fundador Americano, autor, e inventor.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Sobre etiquetas


Etiqueta: regras de comportamento comum na sociedade. Nossas éticas e etiquetas vivem em torno de idéia de tratarmos os outros como gostaríamos de sermos tratados. Etiqueta, polidez, elegância, cortesia e educação estão alinhavadas entre si. Normalmente onde cabe uma, cabem quase todas todas. Etiqueta, cada período e cada lugar têm as suas, são os grandes charmes sociais que seduzem a todos. Com exceção, claro dos operadores de telemarketing. Etiquetas, há quem tem: São aquelas pessoas, bem humoradas, que sabem ouvir e em silencio e prometem banquetes imaginários e pratos coloridos. Etiqueta: há quem não tem e não sabe que não tem. São aqueles que, tipo assim... acho que, tipo, não sei, ta ligado? São aqueles que ao ouvir “como vai?”, responde tim-tim-po-tim-tim. Que acham que o “espetáculo do crescimento” é nome de filme pornô. Que sempre comenta com o parente mais próximo, que o morto parece estar dormindo.Que dizem, “talvez; depois; vou tentar”, quando queriam dizer “não”. Etiqueta, há quem não tem e sabe que não tem. São aqueles que dão aquela risada maldosa quando fica sabendo que fulano fez algo errado, que alguém se deu mal. Que faz comentários deselegantes, críticas desnecessárias. São os que tentam impor sua forma de pensar, criam polemicas acerca das idéias dos outros usando comparações fora do contexto. Que se diz tão sincero que avisa seu melhor amigo que foi pra cama com a garota dele. Etiqueta, ha quem “não tem e tem raiva” de quem tem. São aqueles que atende o celular na aula, velório, ópera, lugares impróprios e fazem questão que todos os presentes saibam quão interessantes são seus assuntos; falam como verdadeiras matracas, monopolizando as conversas e contanto piadas racistas que só eles acham graça. Formados na Faculdade de Letras Apagadas e Ciências Ocultas. Etiqueta, há quem tem, mas de vez em quando se esquece. São os que depois de alguns goles a mais dão aquelas gargalhadas espalhafatosas. Que as vezes trocam o nome dos amigos. Que conta uma ou outra mentira, mesmo quanto não há um bom motivo pra isso. Etiqueta, a falta dela afasta as pessoas. Existe porém uma determinada etiqueta que deveria ser banida da face da terra. Que é inútil e incomoda. Que simplesmente irrita quando está presente nas golas, nos pescoços, nas costas e nas laterais da cintura, como rótulos. A bem da verdade, isso não é etiqueta é mal-di-ção do inferno! Nunca encontrei uma resposta lógica para esse incomodo que machuca, coça, arde de forma tão estúpida. Tanta tecnologia, tecidos inteligentes, design e grifes, envolvidos na qualidade das roupas, que a *&$# - tradução: palavrão inenarrável – da etiqueta não faz sentido. Como pronome obliquo em conversa de professor. “É a careta da etiqueta que extrapola a gola me cutuca a nuca e pinica e pica. Tom Zé.” Tudo o que incomoda, complica e humilha é deselegante, fere as regras da etiqueta, da cortesia e da que pinica e pica.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

terça-feira, 14 de agosto de 2007

O dia em que eu não consegui torcer meu pescoço!


Eu assei meus sapatos. Novos e lindos de morrer! Só não vou citar o preço para que isso não se transforme em um drama maior ainda. Foi atração à primeira vista. Tipo amor de Vinicius. Jurei dedicação eterna, diante de tão elevado tesão. Encantamento mágico, sedução pura, e não pude fazer nada para impedir. Ao primeiro toque, tive a certeza que viveríamos juntos, para sempre. Levei-o comigo. Agora ele era meu, só meu. Meus pés também eram dele, porem, não jurei fidelidade. Bem ao estilo Nelson Rodrigues. Inocente, eu não sabia o que o destino nos reservava. Algo estava errado, como não percebi antes? O pé direito estava um tiquinho assim, mais apertado que o esquerdo. Aí, já era tarde demais para trocá-lo por outro, pois não se troca uma paixão assim. Seria esse um caso de amor que sufoca, agride e machuca os envolvidos? Haveria eu de suportar a dor de um amor bandido? Eu, que já tinha uma larga experiência nesses amores arrebatadores, um QI avantajado e muito calo nos pés, teria que encontrar uma solução. Uma aquecida com o secador ou no microondas e, quentinho, meu xodó “salto poderosa”, se moldaria com perfeição. Nada como uma aquecida na relação para o amor se adaptar como luvas, ou no caso, como sapato mesmo. Considerando que o secador estava longe do meu alcance e “aquele que se arrasta aos meus pés” tinha detalhes em metal, resolvi aquecê-los no forno convencional, só por um ou dois minutos, óbvio! Ah! Nada como uma mulher inteligente para buscar soluções criativas. Foi então que aconteceu a tragédia! Bastou um toque no telefone e... Muito tempo depois... Assei meu amor. Torresmei (verbo novo; conseqüência do trauma) meus sapatos! Ma-ra-vi-lho-sos! Só me resta a canção do Chico em nova versão: “Se ao te conhecer, dei pra sonhar fiz tantos desvarios, rompi com o mundo, queimei meus “navios” ... Como se nos amamos feitos dois pagãos, teus “saltos” inda estão nas minhas mãos me explica com que cara eu vou sair. ” Juro que ainda tento não chorar quando lembro. Juro que sou normal, mas sofro em silencio e constrangida com o destino de um amor tão lindo.Como diz Cecília Meireles, “O tempo seca a beleza. Seca o amor, seca as palavras.O tempo seca a saudade, seca as lembranças e as lágrimas.” Não só tempo, mas, o forno também minha cara amiga !

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Os outros dos outros somos nós.


Elegância...“É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É elegante a gentileza”. Toulouse-Lautrec. Falo amizade, elegância, sinceridade... E coragem!
É preciso ter muita coragem para ser tudo isso quando se trata da nossa confusa lógica entre a emoção e a razão. Às vezes a gente se depara com situações estranhas e desconfortáveis, e que se trata de ilustres desconhecidos passa batido. As vezes esta mesma situação é até apropriada e conveniente, quanto se trata de ilustres prepotentes, metidos e arrogantes. Mas quando envolve pessoas queridas, amigos, colegas de trabalho, de escola, pessoas legais, situações semelhantes causam mal estar, desassossego e muito conflito interno... Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n:1: Já na primeira palavra, aquele seu amigo de copo e confidente, solta aquele bafo de arroto de urubu, que faz até satanás correr, mas, você, pessoa amiga que é, elegante e gentil, não vai perguntar se ele comeu um gambá. Seria deselegância total. Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n. 2: Sua amiga, tia, professora, sempre tão cheirosa, bem vestida, alinhada, maquiada e extremamente sensível, não percebeu que nos últimos anos seus contornos estão cada dia mais parecido com os traços de Van Gogh, e mais surreal que os de Dali, aos 5 anos de idade. O blush oscilante entre as orelhas e o pescoço, viaja entre hematomas, bochecha de festa junina. Ninguém duvida que ela precisa e usa os malditos óculos, mas fica difícil contornar qualquer coisa, exatamente ali, debaixo do desgraçado. Sem contar o batom que entorta a boca, escorrendo nos cantos, borrando os dentes. Juro, é bem mais fácil avisar a moça que sai do banheiro com a ponta do vestido preso na calcinha, que dizer a sua amiga que ela está parecendo Drag Queem. Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n. 3:
Seu chefe, super gente fina, prestativo e descontraído, acredita que ninguém sabe que sua cabeleira é uma peruca porque é super discreta e natural, mas, sua inocência é motivo de piadas humilhantes na sua ausência. Como dizer pro executivo que sua peruca está torta e fora do lugar, toda vez que ela está torta e fora do lugar, sem constrangê-lo? Você gostaria que seus amigos fossem tão elegantes e gentis assim? Se envolvesse apenas nossa pessoa, resolveria-se o problema do “boca” respirando apenas e só através da boca; os borrões da “amiga Van Gogh”, carinhosamente pando com um lencinho “aquela pequena manchinha”; sugerindo ao “cabelera”, um brócolis no dente da frente, procurar um espelho. Seria simples. Tudo por uma boa causa, tudo por uma amizade, elegância e gentileza... Mas tem a tal da consciência que questiona as conseqüências limitantes na convivência com os outros. E afinal, “Os outros dos outros somos nós”. Quem gostaria de ser uma dessas pessoas legais, com o privilegio de só ter amigos elegantes e gentis, com o intuito de proteger, permitem que continuemos ignorando coisas que podem fazer uma grande diferença na vida. Ah! A vida é bela e o amor é lindo, cazzo! Nem tudo são flores. Amizade, elegância, ética, gentileza e verdade não significa, de modo algum, dizer o que a gente quer ou gostaria ou até mesmo que merecia ouvir, mas sim o que precisa. A elegância, sinceridade gentileza tem a ver com convicção pessoal e acontece na sua plenitude no momento em que, com todo o carinho a gente diz o que tem que ser dito. “Eu vejo um novo começo de era / De gente fina, elegante e sincera” ( Lulu Santos) .

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Eu acampei


Devo ter nascido com um Karma e isso explicaria essa geração espontânea de micos extraordinários, que se tornam públicos rapidamente, e talvez por isso já não faço mais questão de (tentar) esconder.
A ultima vez (e a primeira) que acampei, envolveu malas, barracas, sobrinhas, aranha, quase enfarte, barata, cachoeira, rapel (descer rochas e paredões pendurado em uma corda), colchões, minha cara (foto) estampada no jornal que forrava o chão do banheiro masculino.
Cada um desses itens tem suas próprias histórias.
E todos estes elementos juntos contribuíram para que uma simples viagem se transformasse em uma aventura e tanto.
A primeira tarefa depois que chegamos, descarregar o carro, amontoar as tralhas em algum lugar, separar os utensílios, então já espalhados por alguma força sobrenatural, carregar as todas tralhas para o lugar escolhido (pelo irmão especialista), para armar a barraca, carregar todas as tralhas novamente para outro lugar incrivelmente mais adequado, o que dispara imediatamente o início do processo seguinte: levantar acampamento.
Esta etapa do levanta barraca lembra muito a fase “Como é que fui me meter numa fria dessas?!” acrescentando a motivação extra do irmão gritando : “ Já falei que não é assim!Ta tudo errado, desmancha tudo e começa de novo!”. Coisas continuam esparramadas de um lado, ânimos do outro... Acredite em mim, você não seria capaz de apontar qual dos processos (tarefas recebidas) seriam menos atrapalhados. Claro que deixando de lado alguns episódios mais marcantes, como ser totalmente sem noção no quesito “acampamento cult” no meio de especialistas, até que não foi muito complicado montar o circo, ops! barraca. Apenas quatro ou cinco horas após o início desta aventura, já exausta e trêmula pelo esforço, só penso: "o que diabos passava pela minha cabeça quando eu achei que este poderia ser um programa divertido?" Depois de muitas picadas de insetos, tropeções por causa dos buracos invisíveis e traiçoeiros na grama, que provocava intermináveis gargalhadas no ambiente, resolvi treinar minha capacidade de abstração. Não deu muito certo.

Alguns palavrões mais tarde, chegou a fase mais divertida... Casos e historias de fantasmas, luz da lua, violão no melhor estilo “Me leevaaamor! Por onde for quero ser teu par!”. Lá pelas tantas, depois da metade da segunda garrafa (vinho, vodka e caipirinha, não na mesma ordem), e guloseimas cheias de pecados calóricos, descubro que a noite vai ser longa. Atenta aos sons da noite, relaxo e dou a maior bandeira de que estava ouvindo a conversa de um grupo de casais ao nosso lado, quando começo a rir. Claro que disfarcei bem e concertei com uma tosse estranha, que deve ter despertado neles uma epidemia de surdez, pelo volume dos funks e que despertou em nós uma insônia daquelas. "Satisfeita?" O problema é que o terreno era uma quase rampa, e eu como mulher inteligente e moderna fiz valer meu direito de escolher pelo menos a posição da barraca. E assim, escolhi ficar com a cabeça para o lado de cima da rampa, seria mais gostoso e fácil para dormir. Quase não dormi naquela noite, passei o tempo todo tendo que subir porque o colchão e tudo mais escorregava para baixo e meus pés, ora ficavam na chuva e ora era lambido por algum ser não identificado, que acredito ser o cachorro que amanheceu bem perto (quase dentro) da barraca, que era um cubículo, só cabia 2 pessoas e muiiiito apertadas.
Ah! o silencio do amanhecer... Como é lindo acordar no meio da natureza!!! Marido, amontoado ao meu lado resmunga alguma coisa que deixei pra lá, melhor nem tentar traduzir evitar conflitos entre o ying e o yang... Justamente neste momento de harmonia com a natureza... A natureza chama... Algo não me caiu bem no jantar de ontem... Banheiro. Cadê o banheiro? Não vejo o banheiro!!! E a minha mente só conseguia pensar: "Calma. Não é o que parece. Em algum lugar deve ter banheiro”... E tinha mesmo! Mas isso é uma outra história.