
Elegância...“É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam. Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros. É elegante a gentileza”. Toulouse-Lautrec. Falo amizade, elegância, sinceridade... E coragem!
É preciso ter muita coragem para ser tudo isso quando se trata da nossa confusa lógica entre a emoção e a razão. Às vezes a gente se depara com situações estranhas e desconfortáveis, e que se trata de ilustres desconhecidos passa batido. As vezes esta mesma situação é até apropriada e conveniente, quanto se trata de ilustres prepotentes, metidos e arrogantes. Mas quando envolve pessoas queridas, amigos, colegas de trabalho, de escola, pessoas legais, situações semelhantes causam mal estar, desassossego e muito conflito interno... Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n:1: Já na primeira palavra, aquele seu amigo de copo e confidente, solta aquele bafo de arroto de urubu, que faz até satanás correr, mas, você, pessoa amiga que é, elegante e gentil, não vai perguntar se ele comeu um gambá. Seria deselegância total. Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n. 2: Sua amiga, tia, professora, sempre tão cheirosa, bem vestida, alinhada, maquiada e extremamente sensível, não percebeu que nos últimos anos seus contornos estão cada dia mais parecido com os traços de Van Gogh, e mais surreal que os de Dali, aos 5 anos de idade. O blush oscilante entre as orelhas e o pescoço, viaja entre hematomas, bochecha de festa junina. Ninguém duvida que ela precisa e usa os malditos óculos, mas fica difícil contornar qualquer coisa, exatamente ali, debaixo do desgraçado. Sem contar o batom que entorta a boca, escorrendo nos cantos, borrando os dentes. Juro, é bem mais fácil avisar a moça que sai do banheiro com a ponta do vestido preso na calcinha, que dizer a sua amiga que ela está parecendo Drag Queem. Situação que causa mal estar, desassossego e muito conflito interno quando se trata de pessoa querida n. 3:
Seu chefe, super gente fina, prestativo e descontraído, acredita que ninguém sabe que sua cabeleira é uma peruca porque é super discreta e natural, mas, sua inocência é motivo de piadas humilhantes na sua ausência. Como dizer pro executivo que sua peruca está torta e fora do lugar, toda vez que ela está torta e fora do lugar, sem constrangê-lo? Você gostaria que seus amigos fossem tão elegantes e gentis assim? Se envolvesse apenas nossa pessoa, resolveria-se o problema do “boca” respirando apenas e só através da boca; os borrões da “amiga Van Gogh”, carinhosamente pando com um lencinho “aquela pequena manchinha”; sugerindo ao “cabelera”, um brócolis no dente da frente, procurar um espelho. Seria simples. Tudo por uma boa causa, tudo por uma amizade, elegância e gentileza... Mas tem a tal da consciência que questiona as conseqüências limitantes na convivência com os outros. E afinal, “Os outros dos outros somos nós”. Quem gostaria de ser uma dessas pessoas legais, com o privilegio de só ter amigos elegantes e gentis, com o intuito de proteger, permitem que continuemos ignorando coisas que podem fazer uma grande diferença na vida. Ah! A vida é bela e o amor é lindo, cazzo! Nem tudo são flores. Amizade, elegância, ética, gentileza e verdade não significa, de modo algum, dizer o que a gente quer ou gostaria ou até mesmo que merecia ouvir, mas sim o que precisa. A elegância, sinceridade gentileza tem a ver com convicção pessoal e acontece na sua plenitude no momento em que, com todo o carinho a gente diz o que tem que ser dito. “Eu vejo um novo começo de era / De gente fina, elegante e sincera” ( Lulu Santos) .
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